Leva-me Contigo - XIII


Cumprimentámos toda a gente com abraços, "Já não te via há tempo" e beijinhos. Parecia que tinham passado anos porque já não via algumas pessoas há um mês. Porque mudaram de escola, ou porque já nem estudam. Enfim! Foi bom encontrar toda a gente. 

Colocámos a conversa em dia, anunciaram-se os novos casalinhos do grupo, relembrámos momentos e rimos-nos imenso. Como a noite é uma criança, fomos dar uma volta por aí. Fizemos imensa porcaria como de costume, nada de perigoso, mas tivemos um bom bocado. Aproveitei para ir falar mais com as minhas meninas, tirámos imensas fotos e gravámos imensos vídeos. Eu nem imagino as nossas figuras. Cheguei a casa às 3 da manhã. Sim, um bocado tarde mas c'mon, os meus pais não me podiam castigar. Estou de férias. O Martim veio dormir a minha casa, já estava tarde para ele ir para casa sozinho. Ele ainda nem tinha o braço todo bom, portanto mais vale prevenir do que remediar. Os meus pais sabiam que se fosse tarde eu ia trazer-lo cá para casa para dormir, portanto não era algo que me preocupava. 

- Adorei a noite, já tinha tantas saudades deles - disse. 
- Eu também, é sempre bom rever o pessoal de vez em quando - sorriu enquanto vestia a t-shirt de pijama.

Bocejei. Ia quase caindo morta na cama de cansaço. Bolas, já nem aguentava uma noitinha mais longa que ficava logo com sono! 

- Mar, não adormeças. 
- Oh porquê? Estou cheia de sono. 
- Vá, não adormeças. Tens de comer qualquer coisa e ir escovar os dentes.
- Ai estás a brincar comigo certo? 
- Não, estou a falar muito a sério - ele estava mesmo a falar a sério.
- Pronto, tudo o que quiser capitão.

Levantei-me toda contrariada e admirada com o que ele disse e quando ia saindo do quarto ele agarra-me pela mão e puxa-me para ele. 

- Mas primeiro, isto - e beijou-me. 
- Eu adoro quando fazes isto - sorri e beijei-o de novo - mas tenho de ir comer e escovar os dentes.  

E saí do quarto sem hipótese de qualquer resposta vinda dele. Fui à cozinha há procura do que comer e reparei que não tinha nada de jeito, nem nos armários nem no frigorífico. Não queria gritar pelo Tim porque depois ia acordar a casa toda, mas também não me apetecia ir ao quarto buscá-lo, portanto fiquei sentada na bancada da cozinha há espera que ele viesse ter comigo. Sim, eu fiz mesmo isso. O sono afeta-me bastante. Ele veio ter comigo, mas já estava tão distante que nem percebi o que ele disse. Sei que ele me pegou ao colo e me levou para o quarto, senti um beijo dele na minha testa e apaguei.  

Martim  

Não acredito que ela esteja a demorar tanto para ir buscar o que comer. Nem oiço barulhos vindos da cozinha nem nada. O que será que a Mar anda a fazer desta vez? Acho melhor ir lá vê-la. Quando lá cheguei ela estava a dormir sentada em cima da bancada da cozinha. Ri-me, disse-lhe que ela era uma tonta mas acho que ela nem me ligou nenhuma. Peguei-a ao colo e levei-a para o quarto, deitei-a na cama e dei-lhe um beijo na testa. Disse-lhe "Boa Noite" mas acho que ela já estava a dormir mesmo. Fui arrumar o quarto, sem tentar fazer barulho e depois deitei-me. Não adormeci logo. Não sei como mas ainda não tinha sono. O braço nem me doía hoje, mas ainda era difícil mexê-lo bem. Não gosto nada de deitar de costas para a Mar, mas teve de ser. Para o braço sarar bem requer certas condições e não quero ver a Mar ainda mais preocupada. Estava mesmo a adormecer quando sinto uns braços finos e longos envolta do meu tronco. Sorri por ela não se importar de eu estar de costas e por estar a dormir bem, e adormeci. 

Acordei primeiro que a Margarida mas os pais dela e o irmão já estavam a pé. Pensei uns longos minutos se devia levantar-me e ir à cozinha. Quer dizer, nem sei se eles sabem que cá estou e ir à cozinha de boxers e t-shirt pode parecer mal educado. Mas como o meu estômago estava super vazio assim como devia estar o da Mar fui à cozinha preparar algo para nós os dois. Vesti uns calções que lá tinha no armário da Mar e fui. Tentei fazer o menos barulho possível mas o pai dela da sala já vinha a dizer: 

- Bom dia Martim, dormis-te bem? 
- Oh não, ele já me viu - pensei mas não disse. - Bom dia Sr. Fábio, hum, sim, sim dormi.. 
- Quantas vezes já te disse para não me chamares de Senhor? Podes tratar-me só por Fábio. 
- Hum, acho que prefiro chamar-lhe Senhor, Senhor.  
- Ahah, pronto, já que insistes..A Mar já acordou? 
- Não, vim preparar-lhe o pequeno-almoço. 
- Bem, não me estragues a cozinha. 
- Vou tentar - sorri. 

Ufa, já passei pelo pai dela, falta só a mãe. 

- Bom dia Martim, dormiste bem? - brindou-me com um sorriso. 
- Bom dia dona I, sim dormi! - sorri-lhe também. 
- Então e tens fome? 
- Sim, imensa - sorri - mas acho que vou preparar algo para a Mar também. 
- Hum, tens aqui pão, cereais, doce de morango e cenoura, bolo, faz o que quiseres. Vou dar uma saída rápida, até logo. 
- Até logo. 

Só ouvir a dona Iara a dizer que havia aquelas coisas deliciosas deu-me água na boca. Fiz torradas com doce de morango e cenoura e leite com chocolate. Não foi um grande pequeno almoço cheio de coisas, mas acho que se começasse a sujar a cozinha sem ter avisado sequer que vinha cá dormir era demais. Levei o que preparei num tabuleiro e fui para o quarto. 

- Hey princesa, acorda, trouxe-te o pequeno-almoço - sorri-lhe. 
- Hum, bom dia amor! - disse meio a dormir ainda. 
- Olha o que trouxe para comermos! - disse pousando o tabuleiro na cama.
- OOOH! Que querido amor, fizeste o pequeno-almoço! 
- Não está nada de mais, são só torradas e.. - ela interrompeu-me. 
- Pff cala-te, adorei! - agarrou na minha mão e puxou-me para me dar um beijo. 

Sentei-me na cama, conversámos, trocámos mimos, e comemos o pequeno-almoço. 

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