The Ring #12

- Espero que sim, não quero desiludir ninguém. 
- Não vais Luna, isso garanto-te - uma voz doce e reconfortante disse. Lua sorriu. 
- Mel, que bom ver-te - disse Lua.
- Mel? - raciocinei - Mãe? Mãe, és tu? - virei-me. 
- Luna, meu amor - abriu os braços prontos para me receber. 
     Corri para abraçá-la. O conforto dos seus braços acolheram-me como sempre sonhei, abraçou-me forte. Um abraço com saudade, amor e felicidade, um abraço de mãe e filha, um abraço finalmente dado. 
      Não queria largá-la, esperei tanto por vê-la e agora que finalmente a encontrei não a queria largar. A minha mãe, ela está aqui, comigo. 
- Luna, é tão bom abraçar-te finalmente - disse sorrindo. 
- Oh mãe... Sonhei tanto com este momento - disse eu, quase em lágrimas.
- Eu também querida, eu também - sorriu. 
      Os seus olhos eram ainda mais bonitos do que pensava. Um tom vermelho misturado com um suave toque de azul. O seu cabelo, que ia até ao cotovelo, era castanho claro com delicadas ondas. Elegante, trazia um vestido que realçava a cor da sua pele, que se encontrava no meio termo entre bronzeada e normal.   
      Os seus braços me acolheram como se fosse uma parte dela e a nossa ligação nasceu. 
- Luna - disse - olha para mim  - colocou as suas macias mãos na minha cara e falou - vais ter que ter muito cuidado com os tempos que se aproximam. A preparação para a luta não é fácil querida, e Sol precisa de tudo o que poderes oferecer e mais. Tens que dar duzentos por cento de ti, sempre. 
- Mas mãe...
- Eu vou ter sempre um orgulho enorme em ti, és a minha pequenina, o meu melhor feito - interrompeu-me. -  E aconteça o que acontecer eu vou estar sempre aqui - e colocou a sua mão no meu coração - sempre. 
- Obrigada, mãe - sorri.  
- Amo-te muito meu amor, mais que tudo. Sê forte - abraçou-me e o seu espírito desapareceu. 
      Caí de joelhos no chão e comecei a chorar. Lua veio ter comigo e abraçou-me. Não estava pronta para isto, não estava... Há tantas coisas por dizer ainda, tantas perguntas para serem feitas... 
      Reparei que havia algo nas minhas mãos fechadas, um anel. 
- O...O que é isto? 
- É um anel da tua mãe Luna - respondeu.
       Olhei para ele e consegui ver os olhos da minha mãe a brilharem. Era dourado, não muito fino nem muito grosso. Na parte de fora, tinha 3 tipos de pedras fundidas: uma de Marte, outra de Plutão e outra da Lua. Tinha "P & M & L" cravado na parte de dentro. Acho que chorei mais ainda, mas já estava tão emocional que nem consegui notar. 
- Obrigada Lua, por isto tudo - disse. 
- Estou aqui para ti, minha representante - sorriu e lentamente começou a afastar-se. 



O sonho acabou.



     Acordei com lágrimas nos olhos e ofegante. 
     Olhei agitada para os lados e apercebi-me que estava no meu quarto. O dia estava a começar. Espreguicei-me e reparei que havia algo na minha mão. 
- O anel - disse surpreendida - Foi tudo real, aconteceu tudo. Eu estive com a minha mãe...eu abracei-a! Eu abracei-a! - sorri.   
      Coloquei o anel, e levantei-me. Apesar das coisas que descobri sobre o meu pai durante o sonho, eu ainda estava bem disposta. Tinha visto a minha mãe, tinha-a abraçado, e vi tudo o que se tinha passado realmente no passado. A minha cabeça estava mais orientada e menos stressada. 
      Vesti um vestido leve, o dia estava bom e fui para a cozinha para preparar o pequeno-almoço para todos. 
      Fiz panquecas e waffles, coloquei os cereais na mesa, fiz café e sumo, preparei torradas e coloquei as geleias e os doces na mesa, fiz praticamente um banquete. 
      Sol foi o primeiro a acordar, mesmo sendo super cedo; Eram oito da manhã, ainda.  
- Bom dia Luna. Madrugaste hoje - disse enquanto me agarrava por trás e dava um beijo na minha bochecha.
- Acordei bem disposta - sorri. 
- De onde é esse anel? - perguntou desconfiado.
- É da minha mãe - virei-me para encará-lo.
- Da tua mãe? Da Mel? 
- Sim. Estive com ela - sorri.
- Como? - perguntou surpreendido. 
- A Lua visitou-me nos meus sonhos, e antes de acordar, a minha mãe apareceu também e deu-me isto! 
- Luna isso é fantástico! Deves ter adorado - sorriu. 
- Adorei mesmo, foi tão incrível poder ver a minha mãe Sol - confessei.
- Ainda bem que hoje estás mais feliz - sorriu. 
- Obrigada pelo apoio - disse tímida e baixei um pouco a cabeça. 
- Mereces isso e mais - e colocou o seu dedo no meu queixo de maneira a levantar a minha cara, olhou-me nos olhos e deu-me um beijo.  
      Sorri.  
- Vá, agora ajuda-me com o pequeno-almoço - pedi.
- É para já - sorriu. 
     Preparámos o que faltava e entretanto a avó e Mercúrio acordaram. 
    Ficaram surpreendidos com a minha boa disposição e eu contei-lhes o que aconteceu. A avó e Mercúrio ficaram aliviados por Lua ter-me visitado nos sonhos e me ter explicado melhor as coisas. Ficaram ainda mais contentes quando soube que tinha visto a minha mãe. Notava-se que ambos tinham saudades da filha.
- Ainda há mais - disse - a mãe deu-me isto - e mostrei-lhes o anel. 
- Luna, isso é incrível - disse Mercúrio. 
- Querida, estou tão contente por isto tudo! - disse a avó. 
- Eu também, foi a melhor coisa que me aconteceu até agora - disse a sorrir. 
       Sol fez uma tosse a fingir. 
- Oh, não sejas tonto Sol - refilei.
- Só estava a brincar contigo Luna, é ótimo que tenhas conseguido ver a tua mãe, eu compreendo, e não podia estar mais feliz por ti - sorriu-me e deu-me um beijo na testa. Sorri-lhe de volta.  
       Tomámos o pequeno-almoço e depois a avó e Sol ficaram a arrumar as coisas, enquanto que eu e Mercúrio fomos conversar para o alpendre.  
- Mercúrio...
- Sim Luna?
- Hum, é estranho eu não te ver como um avô? É que tu tens uma aparência de um homem de 24 anos no máximo - confessei. 
       Mercúrio riu-se - Luna é normal, eu não preciso que me chames de avô. Só preciso que me deixes ser teu amigo, isso basta-me. 
- Pronto, ainda bem - sorri. 

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